sábado, 3 de julho de 2010

Copa do Mundo: A milionária guerra extra-campo


A Copa do Mundo de 1970, no México, foi a primeira da parceria entre a Fifa e a Adidas. Desde então, o torneio vem cada vez mais se tornando um rentável produto, muito aproveitado por várias empresas. No mundial seguinte, em 1974, na Alemanha, não foi só no futebol que a Holanda revolucionou. Foi também na camisa laranja, que a Adidas estampou suas três listras no ombro, marca registrada da empresa alemã, o primeiro patrocínio no uniforme em Copas do Mundo. 
Na Copa seguinte, em 1978, na Argentina, a empresa fechou parceria com a seleção canarinho e também instituiu as três listras características nos ombros brasileiros. Nos mundiais seguintes, os patrocínios começaram a ficar mais comuns e com contratos cada vez mais rentáveis às seleções. As empresas tinham altos retornos com a visibilidade de suas marcas, além também de terem o direito de vender as camisas oficiais das seleções para o torcedor. 
Na Copa de 1982, na Espanha, o Brasil estampou apenas o logo do Café do Brasil, uma propaganda governamental que nada tinha a ver com patrocínio. Em 1986, no México, foi a primeira vez que o Brasil estampou realmente uma marca em sua camisa, com nome e símbolo cravado no peito direito. A pioneira foi a nacional Topper. Na Copa seguinte, a marca continuou com o Brasil. Em 1994, no ano do tetracampeonato, a Umbro foi quem teve seu nome evidenciado na camisa campeã do mundo. 
Foi na Copa do Mundo de 1998, na França, em que aconteceu a grande revolução. A Adidas, que até então era soberana no futebol, começou a ter seu legado ameaçado pela Nike. O carro chefe da companhia americana, para chegar balançando as estruturas do futebol foi justamente a seleção brasileira. Além da equipe, a Nike também tinha contrato com o melhor jogador do mundo da época, Ronaldo. 
Desde então, Adidas e Nike disputam com unhas e dentes as principais seleções e atletas do mundo. Na Copa do Mundo da África do Sul, foram doze as seleções patrocinadas pela Adidas, enquanto a Nike entrou com apenas oito. 
É curioso reparar como as empresas competem nos diferentes mercados. Enquanto a Nike patrocinava o Brasil, a Adidas pegou a Argentina. Outros países que fazem divisa e competiram com marcas diferentes na camisa foram México e Estados Unidos, o primeiro com a Adidas e o segundo com a Nike. Na Península Ibérica, os americanos patrocinaram a seleção portuguesa, enquanto os alemães ficam com os espanhóis. Na Ásia, Japão e Coreia do Sul vestiram Adidas e Nike, respectivamente. 
E a disputa não se limita às camisas das seleções. Os jogadores também servem de outdoores ambulantes para as grandes marcas. Pelo lado da Adidas, craques como Messi, Lampard, Gerrard e Kaká. A Nike não fica atrás e atacou com Cristiano Ronaldo, Rooney, Henry e Robinho. 
Porém, poder nem sempre é sinônimo de sucesso. Mesmo com toda a força das duas gigantes, quem levou a última Copa do Mundo, em 2006, foi a Puma com a Itália. Apesar de ser a empresa esportiva mais valiosa, a Nike só teve sua marca estampada em um jogador com o troféu mais desejado do futebol, em 2002, com o Brasil. 
Quem será que leva, dessa vez?
Fonte: Revista Brasileiros, com atualização do Vermelho

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Ex-diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e ex-presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Alagoas. Atual militante e presidente do Comitê Municipal de Maceió do Partido Comunista do Brasil, PCdoB.
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