terça-feira, 11 de outubro de 2011
Ocupar Wall Street é avanço da luta popular nos EUA
19:24
|
Os protestos populares
contra a crise econômica, a ganância da especulação financeira e o servilismo
dos governos ante o grande capital e os banqueiros desembarcaram em Nova York (EUA) em 17 de
setembro, ganhando visibilidade depois da “ajuda” da polícia local que, em
1º de outubro, prendeu 700 manifestantes, acendendo o pavio nacional da
indignação.
Desde então, o movimento Ocupem Wall Street espalhou-se pelos EUA e fortaleceu a reação popular anticapitalista que se espalha pelo mundo.
É cedo ainda para se saber a extensão e profundidade do movimento e qual o rumo político que pode tomar. Mas uma verdade fica patente e é reconhecida inclusive pelos adversários direitistas da luta popular, políticos republicanos defensores dos magnatas de Wall Street: esta verdade é o sentimento anticapitalista que aflora naquelas manifestações. No dia 1º de outubro, o cartaz de uma manifestante foi uma clara indicação nesse sentido: “Capitalismo é crime organizado”, dizia sem rodeios. Outros cartazes diziam: “façam postos de trabalho e não cortes”, “cobrem imposto de Wall Street”, e outras reivindicações do mesmo teor.
As bandeiras de luta dos manifestantes, que ganharam a adesão e o apoio de vários sindicatos e entidades do movimento social, conclamam à união popular contra a crise e as ações do governo que protegem os especuladores financeiros e os banqueiros.
Proposto por uma organização chamada Occupy Wall Street (Ocupem Wall Street), que se define como um movimento de resistência, sem lideranças, que representa os “99% que não vão mais tolerar a ganância e a corrupção dos 1%”, o manifesto que sintetiza os objetivos do protesto pede a permanência, crescimento e organização do movimento; que os trabalhadores façam greves, ocupem seus locais de trabalho e os organizem democraticamente; que os desempregados se apresentem como voluntários para ensinar os demais sobre suas habilidades; a realização de assembleias populares nas praças e cidades; a ocupação de prédios, terrenos e propriedades abandonados pelos especuladores para serem locais de organização popular.
Ele revela o propósito do movimento: organizar os trabalhadores para a luta contra a ganância capitalista. O número de sindicatos que aderem é crescente. Só em Nova York foram quinze, entre eles o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes (TWU – Transport Workers Union) e o Sindicato dos Professores (United Federation of Teachers). Na semana passada, a poderosa e controversa AFL-CIO (a principal central sindical dos EUA) manifestou sua simpatia e apoio. É um leque que abarca metalúrgicos, metroviários, enfermeiras, aposentados, desempregados, etc. E entidades do movimento social como a Coalizão dos Sem Teto, que reúne aqueles que foram expulsos de suas casas por não poder pagar as prestações, em virtude da crise econômica.
A crise econômica nos EUA, que eclodiu em 2007 e se aprofundou em 2009, vai ganhando os contornos da terceira maior crise do capitalismo desde o século 19. Ela é o resultado de décadas de desregulamentação dos mercados financeiros, que tirou todos os freios à especulação, de cortes de impostos dos ricos, de precarização das relações de trabalho e redução dos direitos sociais.
O resultado dramático é visível nos números do empobrecimento crescente, que é a contrapartida do enriquecimento inédito e escandaloso de uma minoria – os 1% ao qual se refere o manifesto do Ocupem Wall Street.
Os dados oficiais são inequívocos. O desemprego bate nos 10% dos trabalhadores e a miséria atinge 46 milhões, que sobrevivem abaixo da linha da pobreza. Tudo isso transparece em cenas de desalento, perdas de moradias, multiplicação de moradores de rua e de pessoas que muitas vezes não têm nada para comer.
No lado oposto, o dos privilegiados, a soma da riqueza dos 400 maiores milionários equivale à de mais da metade da população, 180 milhões de estadunidenses. Isto é, cada um daqueles felizardos tem a riqueza somada de 450 mil pessoas “comuns”. E, mesmo na crise, seu patrimônio tem crescido.
Embora ainda não usem a palavra “socialismo”, os manifestantes estadunidenses vão deixando claro seu descrédito em relação sistema capitalista dominante e em sua capacidade (esgotada há muito tempo) de propor soluções para os problemas da humanidade. Nesse sentido, eles apontam para o futuro – eles são, de fato, a modernidade que muita gente atribui, por outras e equívocas razões, aos EUA.
Desde então, o movimento Ocupem Wall Street espalhou-se pelos EUA e fortaleceu a reação popular anticapitalista que se espalha pelo mundo.
É cedo ainda para se saber a extensão e profundidade do movimento e qual o rumo político que pode tomar. Mas uma verdade fica patente e é reconhecida inclusive pelos adversários direitistas da luta popular, políticos republicanos defensores dos magnatas de Wall Street: esta verdade é o sentimento anticapitalista que aflora naquelas manifestações. No dia 1º de outubro, o cartaz de uma manifestante foi uma clara indicação nesse sentido: “Capitalismo é crime organizado”, dizia sem rodeios. Outros cartazes diziam: “façam postos de trabalho e não cortes”, “cobrem imposto de Wall Street”, e outras reivindicações do mesmo teor.
As bandeiras de luta dos manifestantes, que ganharam a adesão e o apoio de vários sindicatos e entidades do movimento social, conclamam à união popular contra a crise e as ações do governo que protegem os especuladores financeiros e os banqueiros.
Proposto por uma organização chamada Occupy Wall Street (Ocupem Wall Street), que se define como um movimento de resistência, sem lideranças, que representa os “99% que não vão mais tolerar a ganância e a corrupção dos 1%”, o manifesto que sintetiza os objetivos do protesto pede a permanência, crescimento e organização do movimento; que os trabalhadores façam greves, ocupem seus locais de trabalho e os organizem democraticamente; que os desempregados se apresentem como voluntários para ensinar os demais sobre suas habilidades; a realização de assembleias populares nas praças e cidades; a ocupação de prédios, terrenos e propriedades abandonados pelos especuladores para serem locais de organização popular.
Ele revela o propósito do movimento: organizar os trabalhadores para a luta contra a ganância capitalista. O número de sindicatos que aderem é crescente. Só em Nova York foram quinze, entre eles o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes (TWU – Transport Workers Union) e o Sindicato dos Professores (United Federation of Teachers). Na semana passada, a poderosa e controversa AFL-CIO (a principal central sindical dos EUA) manifestou sua simpatia e apoio. É um leque que abarca metalúrgicos, metroviários, enfermeiras, aposentados, desempregados, etc. E entidades do movimento social como a Coalizão dos Sem Teto, que reúne aqueles que foram expulsos de suas casas por não poder pagar as prestações, em virtude da crise econômica.
A crise econômica nos EUA, que eclodiu em 2007 e se aprofundou em 2009, vai ganhando os contornos da terceira maior crise do capitalismo desde o século 19. Ela é o resultado de décadas de desregulamentação dos mercados financeiros, que tirou todos os freios à especulação, de cortes de impostos dos ricos, de precarização das relações de trabalho e redução dos direitos sociais.
O resultado dramático é visível nos números do empobrecimento crescente, que é a contrapartida do enriquecimento inédito e escandaloso de uma minoria – os 1% ao qual se refere o manifesto do Ocupem Wall Street.
Os dados oficiais são inequívocos. O desemprego bate nos 10% dos trabalhadores e a miséria atinge 46 milhões, que sobrevivem abaixo da linha da pobreza. Tudo isso transparece em cenas de desalento, perdas de moradias, multiplicação de moradores de rua e de pessoas que muitas vezes não têm nada para comer.
No lado oposto, o dos privilegiados, a soma da riqueza dos 400 maiores milionários equivale à de mais da metade da população, 180 milhões de estadunidenses. Isto é, cada um daqueles felizardos tem a riqueza somada de 450 mil pessoas “comuns”. E, mesmo na crise, seu patrimônio tem crescido.
Embora ainda não usem a palavra “socialismo”, os manifestantes estadunidenses vão deixando claro seu descrédito em relação sistema capitalista dominante e em sua capacidade (esgotada há muito tempo) de propor soluções para os problemas da humanidade. Nesse sentido, eles apontam para o futuro – eles são, de fato, a modernidade que muita gente atribui, por outras e equívocas razões, aos EUA.
10/10/2011
Editorial do Portal Vermelho
Assinar:
Postar comentários
(Atom)
Busca
Perfil
- Naldo
- Ex-diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e ex-presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Alagoas. Atual militante e presidente do Comitê Municipal de Maceió do Partido Comunista do Brasil, PCdoB.
Recomendados
- PCdoB Alagoas
- Blog do Eduardo Bomfim
- Blog Baião de Dois
- ExtraClasse
- Blog Chico de Assis - Poesia
- Blog do Rafael Cardoso
- Vermelho - A esquerda bem informada
- UJS - União da Juventude Socialista
- Fundação Maurício Grabois
- Site da UBES
- Site da UNE
- CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Arquivo
-
▼
2011
(94)
-
▼
outubro
(9)
- Os comunistas não fogem à luta
- Recomendo: Chico de Assis - Poesia
- #Vejamente
- Os homens de bem apoiam Orlando contra as calúnias...
- Vem aí: Raul Seixas - O Início, o Fim e o Meio
- Ocupar Wall Street é avanço da luta popular nos EUA
- Hasta Siempre Comandante Che Guevara!
- A coisa mais importante do mundo
- Histórias que marcam os 30 anos rebeldes de recons...
-
▼
outubro
(9)
Tecnologia do Blogger.
0 comentários:
Postar um comentário