sábado, 12 de maio de 2012
Eduardo Bomfim: Um mundo melhor
19:54
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Reproduzo artigo do Camarada Eduardo Bomfim:
Durante o século XX muitos das gerações que sucederam umas às outras
tinham como pressuposto ético de vida pensar o mundo para melhor. Uns lutavam
por transformações econômicas, sociais, radicais, outros desejavam reformá-lo,
vários pensavam que ele já estava de boa medida, tratava-se apenas de ajustá-lo
no que fosse possível.
Em uma visão simplista poderíamos definir essas tendências como
revolucionárias, reformistas ou conservadoras, apesar do surgimento de
fenômenos como o nazi-fascismo, durante os anos vinte aos quarenta, subproduto
dos conflitos pela hegemonia capitalista-imperialista, ensejando a Segunda
Guerra Mundial.
Mas no geral os confrontos políticos, filosóficos, ideológicos,
teológicos, giravam sempre sobre a questão: como poderia ser esse mundo menos
injusto, qual a maneira para aperfeiçoá-lo ou transformá-lo ?
No final do século vinte, com a débâcle do campo socialista ocidental,
especialmente a URSS e o leste da Europa, pari passu ao movimento de
centralização, concentração do capital financeiro mundial em escala mais
agressiva, acontece uma inflexão profunda na geopolítica, na economia, nos
conceitos gerais das sociedades como decorrência desse processo.
Pensadores marxistas definiram esse período da História surgido ao
final do século como um "tempo inicial de sombras e trevas" que
transcendia o aspecto da luta pela emancipação dos trabalhadores, estendia-se
ao conjunto da atividade humana em todos os seus aspectos.
A vida mostrou que se tinha razão, nasce o pensamento único hegemônico
imposto à base de um paradoxo, uma sociedade totalitária governada sob regras
discricionárias, combinada com um individualismo sem fronteiras como princípio
e fim da vida moral.
Entroniza-se assim outro conceito para as gerações, já não se trata de
construir um mundo melhor como espírito ético da civilização, mas como, nessa ânsia
hedonista infinita, o indivíduo realiza o melhor dos mundos para si próprio.
E se há novas vocações políticas, então que elas se realizem através de
uma agenda social global unificada, pré-definida, nos marcos do sistema.
Mas as contradições estruturais do capital reaparecem em meio à brutal
crise demonstrando a face totalitária, a exaustão econômica, um enorme cansaço
social à ordem e à ideologia "globalizada", indicando que a
alternativa a esse modelo de sociedade é mesmo a luta por um mundo melhor.
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- Naldo
- Ex-diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e ex-presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Alagoas. Atual militante e presidente do Comitê Municipal de Maceió do Partido Comunista do Brasil, PCdoB.
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