terça-feira, 23 de novembro de 2010
Otan: o braço armado do imperialismo quer agir em todo o planeta
14:41
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A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi criada em 1949 como instrumento para impor, na Europa, os interesses geopolíticos dos EUA e garantir sua hegemonia, favorecendo ao mesmo tempo as classes dominantes europeias ameaçadas numa ordem social dilacerada que, em muitos lugares, beirava uma situação revolucionária, Mas, sobretudo, para ser um instrumento militar contra o socialismo e a União Soviética.
A reunião de cúpula dos 28 países da Otan, realizada neste fim de semana em Lisboa, confirmou esse papel reacionário, opressivo e agressivo. Com a crise do socialismo na Europa, entre as décadas de 1980 e 1990, e o fim da União Soviética, em 1991, imaginava-se que essa organização belicista tivesse esgotado seu papel, podendo deixar de existir. Não foi o que ocorreu e, numa primeira alteração de seu “conceito estratégico” num mundo que se pretendia unipolar, hegemonizado pelos EUA, a Otan confirmou novamente seu caráter de instrumento militar do imperialismo e foi mantida.
A cúpula de Lisboa confirmou, mais uma vez, esse caráter com o chamado «novo conceito estratégico», cujo objetivo é alargar o domínio territorial da Otan para todo o globo, ampliar o âmbito de suas missões agressivas contra os povos, incluindo energia, meio ambiente, migrações e questões de segurança interna dos países, reafirmar-se como bloco militar nuclear, impulsionar o desenvolvimento do complexo industrial militar, exigir dos países membros o aumento dos orçamentos militares, incluir em sua agenda a possibilidade de ingerência direta e ocupação a pretexto de manter a ordem.
Isto é, o objetivo da reunião de Lisboa é aprofundar o papel da Otan como braço armado do imperialismo, agora com a possibilidade agir em todo o planeta, extrapolando seus limites originais e representando novas ameaças e perigos contra todos os povos.
Trata-se, como disse seu secretário-geral, o neoliberal dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, de "um novo começo" que inclui a construção de um sistema anti-míssil alegadamente contra a ameaça dos mísseis iranianos. Este é um dos pretextos para uma nova definição estratégica.
No período anterior, a Otan já havia demonstrado sua utilidade bélica como instrumento da agressão imperialista. Seus aviões bombardearam cidades e o território da antiga Iugoslávia; na guerra do Kossovo cometeu crimes contra a humanidade e a paz ao bombardear durante 78 dias o território sérvio, deixando mais de 3.500 mortos e ferindo mais de 10 mil com armas ultra letais, como bombas de fragmentação e de urânio empobrecido cujos efeitos persistem. Isso sem falar no envolvimento direto e central nas agressões contra o Iraque e o Afeganistão, o apoio à política genocida de Israel contra os palestinos, a intervenção militar no Cáucaso etc.
Na esteira dessas agressões contra os povos e contra a paz a Otan expandiu-se; em 1999 passou a incluir países do antigo bloco socialista, que no passado haviam sido o alvo de sua ação, como Polônia, República Tcheca e Hungria; mais tarde vieram Estônia, Letônia, Lituânia, Bulgária, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Albânia e Croácia. E poderá crescer ainda mais no território europeu com as esperadas adesões da Macedônia, Ucrânia e Geórgia. E, depois da reunião de Lisboa, prevê-se a expansão pela Ásia e Oceania, englobando países da região do Pacífico e do hemisfério sul como Austrália, Nova Zelândia e Japão. Foram feitas pressões, além disso, para incluir o Atlântico Sul como área de seu interesse estratégico, que esbarraram da recusa veemente do Brasil e demais nações do continente contra a verdadeira metástase militar agressiva que essa expansão representa.
O fortalecimento militar da Otan e sua expansão para áreas além da Europa e América do Norte significam uma ameaça contra os povos e contra a paz. Como bem identificou o dirigente cubano Fidel Castro, a Otan desenhada pelo tal “novo conceito estratégico” é a polícia do mundo – polícia do imperialismo, particularmente dos EUA, para manter uma ordem mundial cujo desmantelamento pode ser visto com a ascensão de novos protagonistas no cenário político mundial, como a China, o Brasil e a Índia.
A crise econômica mundial aprofunda a crise política e ameaça a manutenção de um mundo onde os europeus e os norte-americanos mandaram e desmandaram. O objetivo de fortalecer a Otan é justamente manter intocado este mundo, que os comunicados daquela organização e de seus parceiros chamam de “ordem”.
A reunião de cúpula dos 28 países da Otan, realizada neste fim de semana em Lisboa, confirmou esse papel reacionário, opressivo e agressivo. Com a crise do socialismo na Europa, entre as décadas de 1980 e 1990, e o fim da União Soviética, em 1991, imaginava-se que essa organização belicista tivesse esgotado seu papel, podendo deixar de existir. Não foi o que ocorreu e, numa primeira alteração de seu “conceito estratégico” num mundo que se pretendia unipolar, hegemonizado pelos EUA, a Otan confirmou novamente seu caráter de instrumento militar do imperialismo e foi mantida.
A cúpula de Lisboa confirmou, mais uma vez, esse caráter com o chamado «novo conceito estratégico», cujo objetivo é alargar o domínio territorial da Otan para todo o globo, ampliar o âmbito de suas missões agressivas contra os povos, incluindo energia, meio ambiente, migrações e questões de segurança interna dos países, reafirmar-se como bloco militar nuclear, impulsionar o desenvolvimento do complexo industrial militar, exigir dos países membros o aumento dos orçamentos militares, incluir em sua agenda a possibilidade de ingerência direta e ocupação a pretexto de manter a ordem.
Isto é, o objetivo da reunião de Lisboa é aprofundar o papel da Otan como braço armado do imperialismo, agora com a possibilidade agir em todo o planeta, extrapolando seus limites originais e representando novas ameaças e perigos contra todos os povos.
Trata-se, como disse seu secretário-geral, o neoliberal dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, de "um novo começo" que inclui a construção de um sistema anti-míssil alegadamente contra a ameaça dos mísseis iranianos. Este é um dos pretextos para uma nova definição estratégica.
No período anterior, a Otan já havia demonstrado sua utilidade bélica como instrumento da agressão imperialista. Seus aviões bombardearam cidades e o território da antiga Iugoslávia; na guerra do Kossovo cometeu crimes contra a humanidade e a paz ao bombardear durante 78 dias o território sérvio, deixando mais de 3.500 mortos e ferindo mais de 10 mil com armas ultra letais, como bombas de fragmentação e de urânio empobrecido cujos efeitos persistem. Isso sem falar no envolvimento direto e central nas agressões contra o Iraque e o Afeganistão, o apoio à política genocida de Israel contra os palestinos, a intervenção militar no Cáucaso etc.
Na esteira dessas agressões contra os povos e contra a paz a Otan expandiu-se; em 1999 passou a incluir países do antigo bloco socialista, que no passado haviam sido o alvo de sua ação, como Polônia, República Tcheca e Hungria; mais tarde vieram Estônia, Letônia, Lituânia, Bulgária, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Albânia e Croácia. E poderá crescer ainda mais no território europeu com as esperadas adesões da Macedônia, Ucrânia e Geórgia. E, depois da reunião de Lisboa, prevê-se a expansão pela Ásia e Oceania, englobando países da região do Pacífico e do hemisfério sul como Austrália, Nova Zelândia e Japão. Foram feitas pressões, além disso, para incluir o Atlântico Sul como área de seu interesse estratégico, que esbarraram da recusa veemente do Brasil e demais nações do continente contra a verdadeira metástase militar agressiva que essa expansão representa.
O fortalecimento militar da Otan e sua expansão para áreas além da Europa e América do Norte significam uma ameaça contra os povos e contra a paz. Como bem identificou o dirigente cubano Fidel Castro, a Otan desenhada pelo tal “novo conceito estratégico” é a polícia do mundo – polícia do imperialismo, particularmente dos EUA, para manter uma ordem mundial cujo desmantelamento pode ser visto com a ascensão de novos protagonistas no cenário político mundial, como a China, o Brasil e a Índia.
A crise econômica mundial aprofunda a crise política e ameaça a manutenção de um mundo onde os europeus e os norte-americanos mandaram e desmandaram. O objetivo de fortalecer a Otan é justamente manter intocado este mundo, que os comunicados daquela organização e de seus parceiros chamam de “ordem”.
Editorial do Portal Vermelho
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- Naldo
- Ex-diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e ex-presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Alagoas. Atual militante e presidente do Comitê Municipal de Maceió do Partido Comunista do Brasil, PCdoB.
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